terça-feira, 28 de junho de 2011

Geração Y e o Capitalismo

A chamada geração Y, pra quem foi abduzido por aliens nos anos 1970 e está retornando a Terra agora, é àquela composta por indivíduos que nasceram nos anos 1990. Também é chamada de geração digital ou muito propriamente de nativos digitais. Esses indivíduos já nasceram num mundo cercado por computadores e softwares, redes sociais e internet banda larga. Ao contrário de nós, da Geração Coca-Cola, que nascemos nos anos 1970 e tivemos que nos adaptar a um mundo dominado pelas máquinas, a Geração Y é àquela que não quer tomar a pílula que tira você da Matrix (eu não lembro se a vermelha ou a azul que faz isso).
Minha enteada e revisora da revista Mitologias, trabalha no mercado editorial me deu uns dados interessantes sobre a Geração Y. Nós, das gerações anteriores, baixamos músicas, filmes e até mesmo quadrinhos pela internet. Na grande maioria das vezes por canais não legítimos, se é que vocês me entendem. Mas, nós temos consciência plena da ilegalidade de tais práticas. A Geração Y, pelo que ela me disse não tem clara essa percepção. Ela se mantinha conectada com os fãs de literatura infanto-juvenil, para anunciar promoções e eventos. Muitas vezes percebeu por conversas no fórum virtual da editora que eles não pareciam ter os nossos problemas de consciência ao baixar conteúdos protegidos por direitos autorais e que eram comercializados, e muitas vezes se quer entendiam o que tinham feito de errado.
Tal fenômeno, acredito eu, se dá porque esses indivíduos já nasceram com o conceito de que o que encontram na rede está disponível. Onde essa mentalidade nos levará, a indústria fonográfica foi a primeira a ter um tremendo baque por causa da pirataria e da disponibilização sem autorização de conteúdos na rede. As novas gerações não se reconhecem nas grandes lojas de cd’s, nas bancas de vinis no centro do Rio de Janeiro, e sim na prateleira virtual.
Eis a questão: Estamos caminhando para algum tipo de socialismo cibernético, diferente das antigas formulas comprovadamente falhas e desgastadas do inicio do século passado? Ou estamos rumando para um novo tipo de capitalismo, de onde o lucro não virá diretamente da venda de discos, filmes e livros? Um músico pode fazer shows, lucrar com eles e dar seus álbuns aos fãs, como o Beast Boys já faz (a banda declarou seu trabalho de domínio público desde 2007, se não me engano). Mas e os escritores? Os Desenhistas de HQ’s? Ou os diretores e atores do cinema? Como ganhariam dinheiro com suas atividades?  Eu não sei a resposta, mas acho que ainda vou pensar muito sobre isso.
Enquanto isso a Geração Y, é aguardada de braços abertos no site de Mitologias para ler gratuitamente o conteúdo lá disponibilizado. E aos que pertencem as Gerações Coca-Cola e X, podem baixar a revista e ler sem peso na consciência, pois foram os detentores dos direitos autorais que a disponibilizaram.

Um grande abraço a todas as gerações

Luiz Augusto de Souza

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